segunda-feira, 16 de maio de 2011

Com sete títulos em nove anos, Santos confirma retomada vitoriosa pós-2002


Duas vezes campeão brasileiro, uma vez campeão da Copa do Brasil, quatro vezes campeão paulista, além de vice-campeão da Copa Libertadores da América e duas vezes do Brasileirão. O vitorioso retrospecto do Santos nos últimos nove anos, reforçado com o título estadual conquistado no último domingo, faz do clube da Vila Belmiro um dos mais vitoriosos do país e ajuda a sepultar, definitivamente, a um longo período de "vacas magras" que durou quase 20 anos.

A retomada do ciclo vitorioso da equipe pela qual jogou Pelé começou em 2002, com a geração que contava com jogadores como Robinho, Diego, Elano, Renato, Alex e Léo e tinha como técnico Emerson Leão. O título do Campeonato Brasileiro pôs fim a um jejum que já durava 18 anos: a última conquista relevante do Santos havia acontecido em 1984, quando Serginho Chulapa fez o gol do título paulista em duelo com o Corinthians.

De 1984 a 2002, a equipe da Vila Belmiro levantou apenas dois troféus, mas de campeonatos que não tinham tanta importância: o Torneio Rio-São Paulo, em 1997, sob o comando do técnico Vanderlei Luxemburgo, superando o Flamengo na deciaão, e a Copa Conmebol, em 1998, novamente com Leão como treinador, batendo o Rosario Central (ARG) na final.

Mas foi em 2002, contra o Corinthians, que os torcedores santistas puderam extravasar o grito de "é campeão" entalado na garganta há quase duas décadas. Leão e seus comandados terminaram a fase de classificação do Campeonato Brasileiro apenas em oitavo lugar e enfrentaram o favorito São Paulo, primeiro colocado, nas quartas de final. Após duas vitórias sobre o rival do Morumbi, o Santos despachou o Grêmio nas semifinais e o arquirrival Corinthians na decisão do título. Era o fim do jejum.

A partir daí, a retomada vitoriosa dos alvinegros da Vila Belmiro se consolidou. A base campeã brasileira foi mantida para a temporada seguinte, e em 2003, apesar de não ter conquistado nenhum título, o Santos chegou muito perto do tricampeonato sul-americano e do bi brasileiro. Na final da Libertadores, Robinho e companhia foram superados pelo forte Boca Juniors. E, no Brasileirão, o Cruzeiro ficou com o título na primeira edição do campeonato por pontos corridos ­ o time mineiro fez 100 pontos, ante 87 do vice-campeão Santos.

Em 2004, Vanderlei Luxemburgo, que havia levado o Cruzeiro ao título nacional no ano anterior, voltou para o Santos e conduziu a equipe ao troféu do Brasileirão. Após uma disputa acirrada com o Atlético-PR, a equipe paulista cresceu nas últimas rodadas e se aproveitou de tropeços do concorrente direto pela taça. Ao final de 46 rodadas, o Santos somou 89 pontos, três a mais que o Atlético-PR, e foi campeão. A partida que sacramentou o título foi contra o Vasco (vitória por 2 a 1).

Dois bi paulistas e Copa do BrasilNa segunda metade da última década, o Santos se reformulou, mudou sua equipe, mas se manteve na briga por títulos. O primeiro bicampeonato paulista da série aconteceu em 2006 e 2007, novamente sob o comando de Vanderlei Luxemburgo ­ que havia deixado o clube após o Brasileirão de 2004 para assumir o Real Madrid, mas retornou após uma temporada frustrada na Espanha.

Em 2006, o Paulistão foi disputado em turno único, por pontos corridos, e o Santos terminou com 43 pontos, um de vantagem sobre o São Paulo. No ano seguinte, a disputa teve etapas eliminatórias após a fase de classificação, e o time liderou de ponta a ponta: foi primeiro colocado na fase inicial, algoz do Bragantino na semifinal e carrasco do São Caetano na grande decisão. Ainda em 2007, os santistas foram vice-campeões brasileiros, terminando o campeonato com 62 pontos (15 a menos que o campeão São Paulo, que somou 77).

Depois de passar em branco em 2008 e 2009, o Santos voltou a brilhar no ano passado. Com nova administração após a vitória de Luiz Álvaro de Oliveira de Ribeiro sobre o então presidente e candidato à reeleição Marcelo Teixeira, o clube viu nascer uma nova geração de "meninos da Vila", com destaque para a dupla Neymar e Paulo Henrique Ganso, todos comandados pelo técnico Dorival Júnior. Resultado: mais um título paulista e, de quebra, a inédita conquista da Copa do Brasil ­ que garantiu a presença santista na Libertadores de 2011.

No Paulistão de 2010, o Santos terminou a primeira fase na liderança absoluta, com 47 pontos, dez de vantagem sobre Santo André e Grêmio Prudente (37) e 11 a mais que o São Paulo (36). Na semifinal, o time da Vila Belmiro atropelou a equipe do Morumbi, e na decisão, a vítima foi o Santo André após dois jogos equilibrados. Na Copa do Brasil, grande prioridade da equipe no primeiro semestre, o Santos atropelou quem veio pela frente: Naviraiense, Remo, Guarani, Atlético-MG, Grêmio e, na final, o Vitória.

Após um período de turbulência por conta da saída de Dorival Júnior após desentendimentos com Neymar, o Santos trocou de técnico novamente, demitindo Adilson Batista e apostando no interino Marcelo Martelotte. Com a chegada de Muricy Ramalho, o time retomou o rumo das vitórias e, mesmo sem Paulo Henrique Ganso, que voltou a se lesionar no primeiro jogo da decisão, não deu chances ao Corinthians na final do Campeonato Paulista e assegurou novo bicampeonato.

Entre 2002 e 2011, foram sete títulos. O oitavo, esperam os santistas, pode ser a Copa Libertadores da América, na qual o Santos é o único representante brasileiro nas quartas de final. No primeiro jogo contra o Once Caldas, na Colômbia, a equipe venceu por 1 a 0, e agora só basta um empate na quarta-feira que vem, no Pacaembu, para a classificação às semifinais. A partir daí, então, serão apenas mais quatro jogos para o tri da América.

Fonte: http://esportes.br.msn.com/futebol

Por: Néia Oliveira

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